Quantas vezes já ouviram “sai de lá, se não te faz bem, é só sair”? Gente, nunca será “só sair”, simples assim. Se a pessoa está lá, tem algum motivo pra isso, e na maioria das vezes continua no ambiente que não faz mais bem por motivos financeiros.
Já estive presa em locais que me fizeram adoecer, pq eu queria ter meu dinheirinho, pq eu não queria depender (mesmo não tendo que mostrar relatório de gastos pro meu esposo). Existem pessoas assim, que não gostam de receber ajuda, que gostam do prazer da conquista, que se sentem orgulhosas quando alcançam seus objetivos. Existe eu!
Dinheiro não é tudo, e todos nós sabemos disso (acredito eu), mas fazer parte de alguma coisa é significamente importante. E eu me sinto bem comprando coisas pra casa, coisas p os membros da minha família ou apenas depositando uma quantia no banco para sonhos antigos.
Ano passado, me dei ao luxo de sair de um local em que trabalhava. No início foi estranho, no meio de uma pandemia, mas a leveza mental foi tão libertadora que superou qualquer ponto negativo anotado na lista de pros e contras (e ainda assim, minha saída tinha mais pros que contras) e mesmo agora, sem auxílio desemprego, minha paz vale mais. Estou falando de mim, nem todos podem tomar esse tipo de decisão, não se não tiver apoio, infelizmente, e acabam por adoecer a cada dia.
Recentemente, tive que abrir mão de um local e esse tipo de decisão nunca é fácil. Na maioria das vezes a gente sabe o que é melhor, só não podemos enxergar cada detalhe, não podemos ou não queremos isso. A verdade é que priorizar sua saúde, a saúde daqueles que dependem de você, em casos como o meu, é a melhor opção. E mesmo que em casa, você encontre mil motivos para sair correndo, estar ali é o correto.
Eu só me pergunto como as pessoas que não podem simplesmente largar um emprego ruim fazem? Até quando elas aguentam doentes? Qual é o limite da paciência? Quantos nós na garganta acumulam por dia? Quanta dor na alma suportam?
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